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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ASPECTOS PRINCIPAIS DO VISAGISMO

No Visagismo é de suma importância distinguir os formatos básicos do rosto (oval, redondo, quadrado/ retangular, triangular invertido, triangular, hexagonal reto na base, hexagonal reto nas laterais e o losango), pois antes de criar ou modificá-los é necessário reconhecê-los. O formato do rosto é determinado pela estrutura óssea da pessoa e sua identificação pela análise da altura e a largura da testa, do formato das maças do rosto e do formato da mandíbula. Portanto, rostos ovais e redondos têm formas arredondadas, rostos quadrados são constituídos por ângulos retos, e rostos triangulares ou hexagonais tem características angulares.





FORMATO DO ROSTO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

TRIANGULAR



Apresenta mandíbula larga e quadrada, enquanto a testa é pequena e estreita. As maçãs do rosto não são pronunciadas, porém as têmporas são profundas. Ao contrário dos outros formatos, a linha da maça do rosto até a mandíbula inclina-se para fora.


OVAL
Testa arredondada e não muito larga, e as têmporas não muito profundas. Linha do cabelo arqueada. Linhas das maçãs e queixo suaves e levemente arredondadas. A maçã do rosto é levemente saliente e desce até a curva da mandíbula, que começa na altura da boca. Sua variação é o formato oblongo, um pouco mais alongado com a testa alta, o queixo maior ou o nariz longo.


REDONDO

De poucos ângulos, conhecido como formato angelical. A testa e o queixo são menores que nos rostos ovais, e os olhos frequentemente são mais espaçados que o usual. Geralmente os formatos dos olhos e do nariz são arrendodados, assim como a linha do cabelo.

QUADRADO | RETANGULAR
O quadrado possui ângulos retos. Testa retangular, linha de cabelo reta, e têmporas não muito profundas. As maças do rosto também não são muito salientes e descem até a mandíbula quase verticalmente. Queixo pouco pronunciado por conta da curva da mandíbula abaixo da linha da boca. O retangular é apenas uma variação um pouco mais alongada.



TRIANGULAR INVERTIDO
Testa larga e a mandíbula estreita com queixo pontudo, nem sempre pronunciado. Olhos espaçados. As maçãs do rosto não são muito pronunciadas, nem as têmporas profundas. Sua variação é o rosto em forma de coração.


HEXAGONAL (RETO LATERALMENTE)





Semelhante ao oval, porém as linhas são meno s suaves, sendo bastante angular. A testa em forma de trapézio e a linha do cabelo é curta e reta. As maçãs são um pouco mais pronunciadas, e as têmporas mais profundas. Queixo pronunciado e angular. Devido aos traços mais angulares, este rosto é geralmente mais marcante.

HEXAGONAL (RETO NA BASE)
Semelhante ao triangular, porém o queixo não é pontudo e a testa não é tão larga. Maçãs salientes com linha inclinada. Queixo quadrado. A testa é em formato de trapézio, com a linha do cabelo reta e razoavelmente longa.


LOSANGO
Muito parecido com o triangular invertido, ambos têm as maçãs do rosto pronunciadas, quase nenhuma definição no maxilar e queixo pequeno. A diferença está na testa, que não é tão larga e, em vez de ser reta, forma uma ponta ou curva pronunciada.


(HALLAWELL, 2008, p. 106 a 114)

Agora identifique seu formato na figura abaixo:



"VISAGIOQUE?!"

Todos os atos criativos de maquiar adicionam à imagem significados antes não existentes, a maquiagem, por exemplo, pode projetar um temperamento da personagem no teatro, ou até mesmo evidenciar a personalidade de uma pessoa comum. As pinturas corporais dos povos primitivos - já citado em postagem anterior - exemplificam bem esta prática, ao se colorir buscavam intrinsecamente o propósito de sua existência.
Para compor essa "imagem desejada", seja com intuito de representação ou embelezamento, é necessário entender alguns aspectos do Visagismo... hein? como é? Como diria Mara Braga Fonseca (2007), "VISAGIOQUE?". O termo visagismo foi empregado primeiramente em 1936, pelo renomado cabeleireiro e maquiador francês Fernand Aubry (1907-1976), tal termo deriva da palavra visage, denominação para rosto. Aubry define o visagismo como uma arte e
o visagista, um escultor do rosto humano (HALLAWELL, 2008). De acordo com Hallawell (2008), o conceito de Visagismo baseia-se na personalização da imagem pessoal; ou seja; aliar singularidades encontradas no formato do rosto à personalidade, apenas profissionais dotados de sensibilidade e inteligência visual são capazes de desenvolver essa técnica.


Beleza do Século

O século XX foi revolucionário, a beleza apoiava-se na ciência e tecnologia. Cada década teve sua história, marcada por descobertas que vão se desenvolver com o passar do tempo (JAZDZESWSKI, 2000). Ver fotos das décadas na primeira postagem.



A Maquiagem de acordo com a Época:


1900

A beleza evoluiria com atrizes, dançarinas e cocottes reinando na Belle Époque. Salvo poucas exceções o cosmético continuava doméstico, trocavam-se fórmulas e multiplicavam-se as receitas arriscadas. O pó-de-arroz assegurava a palidez de adolescente, para realçar tal transparência eram sublinhadas com lápis azul as veias aparentes ao redor dos olhos. O ruge, considerado vulgar, começava a ser empregado secretamente (CHAHINE, 2000).

1910

Em culturas longínquas, as mulheres turcas empregavam henna para delinear os olhos, escurecendo o canto dos mesmos com pó preto, inspiraram a imagem da “vamp”. Num registro bem diferente para satisfazer o gosto do público, encontrava-se as virgens vestais, de cabelos longos, rostos inocentes, coberto por uma máscara branca e empoada, boca pequena e as pálpebras levemente sombreadas e com muitos cílios postiços (CHAHINE, 2000)

1920

O romance, La garçonne, de Victor Marguerite seria por muito tempo o símbolo de um novo tipo de mulher , sedutora e

andrógena que usava cabelos curtos. Por volta da metade da década, a maquiagem tornou-se mais audaciosa.

O canto do olho era puxado com um lápis, havia também a sombra para pálpebras, primeiro combinando com a cor dos olhos, depois com a das roupas. A boca, pintada com cores escuras e fortes (CHAHINE, 2000).

1930

Divas do cinema falado, cativavam a imaginação de seus contemporâneos. Surge ”a loura platinada” com cabelos oxigenados, sobrancelhas totalmente depiladas e depois redesenhadas. O olhar era objeto de todos os cuidados, devendo ser melancólico, as primeiras sombras cremosas eram espalhadas com os dedos. Os cílios eram curvados e cobertos máscara. A maquiagem da boca tornou-se mais discreta. Surge a primeira base, criada para unificar a pele que ficava opaca depois do pó. O blush era aplicado em triângulo do meio da bochecha até a têmpora, para aprofundar a maça do rosto e dar à face uma intensidade dramática (CHAHINE, 2000).

1940

Devido ao conflito resultante do nazismo, a Europa encontra-se na sombra. Mulheres procuravam alternativas de embelezamento, na falta creme demaquilante, o leite ou qualquer outro corpo gorduroso desempenhariam esse papel. Graxa para as botas servia como máscara de cílios, o carvão como sombra, e pétalas de rosa embebidas em álcool produziam um blush líquido; somente o pó não estava em falta (CHAHINE, 2000).

1950

A elegância acima de tudo! Infinidade de criações para os olhos destacando a importância da maquiagem. Surge o “olho de

gazela”, modelado pela sombra nas pálpebras. O lápis de sobrancelhas, a máscara de cílios e sobre tudo o delineador,

estava em voga. O blush desaparece, pois a palidez da pele e a intensidade dos lábios era mais valorizada (CHAHINE, 2000).

1960

Marca o inicio da cultura pop Americana. Foi uma época do visual fatal, olhos ultra-maquiados com cores fortes como: rosa choque, dourado, verde, violeta e laranja. Mesmo com comportamento irreverente, transpareciam uma ousadia inocente (MOHRT, 2000).

1970

Não existe mulheres feias, há somente mulheres que ainda não se conhecem. Tal evolução da beleza permite a escolha da aparência. A maquiagem tornou-se meio de expressão e escolha. Foi uma década de beleza explosiva, cabelos livres, pele bronzeada lábios brilhantes e olhos em busca da liberdade (MOHRT, 2000).

1980

Época marcada pelo exagero. Olhos cheios de movimentos pintados de azul elétrico, lábios vermelhos e as maças do rosto

realçadas por blushs cor-de- tijolo. A sombra passava do castanho ao violeta e era esfumaçada em arco-íris. Os cílios eram alongados com máscaras coloridas (verde relva e azul piscina) (LANNELONGUE, 2000).

1990

Apresentam uma beleza esquálida e perturbadora que representa uma sociedade em fase de mutação. “Olhos menos cintilantes e mais decadentes”. A feminilidade debochada se expressa em tatuagens e percings (LANNELONGUE, 2000).


Fonte: BELEZA DO SÉCULO (CHAHINE et al. In: FAUX, 2000)

Delineando Histórias...

Delineando Histórias...

Na história da maquiagem encontramos as diferentes funções que a pintura corporal assume de acordo com a época e com os costumes das civilizações. Essa necessidade de pintar o corpo surge nos homens pré-históricos, que extraíam as cores da natureza, como argila, carvão, misturas de minerais e extratos vegetais para retratar suas crenças, desafios enfrentados no decorrer do dia e até o entendimento que tinham do mundo (LEITE apud FONSECA, 2007). Atualmente o uso de substâncias sobre a pele assume diversos valores ao lado de adornos naturais (Fig.1).


Fig.1: Remanescentes de tribos que habitam a margem do rio Omo na África. Foto: Hans Silvester

No Egito, mulheres como Cleópatra (Fig.2) e Nefertiti, como também a grande maioria das egípcias, utilizavam uma infinidade de substâncias para traçar e realçar a cor de seus lábios, bochechas, olhos e sobrancelhas. Okohl era a substância negra essencial para contornar os olhos e cobrir a sobrancelha, sua composição era à base de antimônio, produto tóxico, misturado com carvão. Aliás, grande parte destas substâncias coloridas que os egípcios utilizavam para se maquiar era venenosa, como o antimônio vermelho, a galena, sulfeto natural de chumbo de cor cinza azulado, a malaquita e o óxido de cobre de cor esverdeada (KURY, 2000).

Naquela época, segundo Lopes, o pó de malaquita, de origem mineral era utilizada sobre as pálpebras com efeito de sombra , tais maquiagens destinadas aos olhos também serviam para evitar o olhar com Rá, o deus Sol (FONSECA, 2007).
O ocre amarelo que cobria a pele, adquiria reflexos dourados à luz, faces se realçavam com o ocre vermelho, as veias do busto e têmporas eram delineadas com azul ( ROUSSO, 2000).


Fig.2: Cleópatra

Na Grécia Clássica assim como no Egito, afirma Kury(2000), a vaidade e os preparativos de beleza eram comuns à praticamente todas as mulheres, as mesmas dispunham de espelhos de metal polido para refletir suas imagens. E os produtos utilizados eram os mesmos dos egípcios: antimônio para os olhos e os lábios, coloração branca, à base de chumbo, e vermelha, à base de algas, amora ou terra ocre, algumas vezes misturadas com o mercúrio.
Roma nada deixou a dever, mulheres descamavam a pele com pastas feitas à base de óleo e areia, e com seu estojo de toalete, maquiavam-se, mobilizando um exército de escravas ( ROUSSO, 2000).
Inúmeros foram os escritos de poetas satíricos e mestres de retórica que ridicularizavam os rostos maquiados desde o século II a. C, até a afirmação do cristianismo. Porém, não faltavam conselhos na arte do embelezamento, descritos de forma terna por Ovídio: “Que seu amante não a surpreenda com os estojos abertos sobre a mesa: a arte só embeleza o rosto quando não se mostra” (ROUSSO, 2000).
Durante a Idade Média , em meio ao cristianismo e ao mundo monástico, a maquiagem era condenada e considerada uma prática sedutora que induzia ao pecado (KURY, 2000). No púlpito, afirma Rousso (2000), os pregadores amaldiçoavam a pintura facial: “No dia do Juízo Final, essas mulheres maquiadas não serão reconhecidas por Deus como suas criaturas e irão imediatamente queimar nas chamas de seu satânico cúmplice” .
De acordo com Molinos (2007), a maquiagem presente nessa época, era “uma espécie de disfarce à disposição das feias” associando sempre o seu uso à mulher sem atributo algum de beleza, ou à devassa, que a tinha como uma arma de sedução.
A beleza renascentista apoiava-se na figura de Vênus, cujas virtudes simbolizavam a união do corpo e da alma. De acordo com teóricos da época, o padrão de beleza estava disposto em um rosto fino e oval que projetava-se sobre um pescoço longo, a testa seria alta, o nariz delicado e a boca pequena. A pele mostrava-se transparente, seguido por face e lábios avermelhados, cores escuras eram utilizadas para delinear olhos e sobrancelhas e, todo conjunto final emoldurado pela expressão da doçura (ROUSSO, 2000). “A exuberância do Renascimento é combatida pela Reforma e pela Contra-Reforma” . Novamente a vaidade estava destinada ao fogo do inferno, o movimento impunha o conformismo e a moderação; ou seja; a rigidez prevalecia sobre a doçura. (ROUSSO, 2000). “A beleza não pode ser buscada, pois é dada por Deus”. Encontram-se novamente nos tratados de beleza a antiga recusa religiosa aos cosméticos preparados quimicamente (VIGARELLO, 2006).
De acordo com Rousso (2000), a reação contra o conformismo veio por grande parte das francesas que defendiam a liberdade de espírito e consultavam o espelho para visualizar a beleza que continuava a ser fabricada a partir de produtos tóxicos que corroíam a pele dia após dia.
No século XVIII, conforme Kury (2000), foi o auge da maquiagem na Europa, devido ao fortalecimento das Cortes ao redor de reis e príncipes, que dedicavam-se aos divertimentos cotidianos. Considerado o século da vaidade, do luxo e do exagero, os nobres não tinham nenhuma pretensão de parecerem naturais, utilizando gesso ou pó-de-arroz para cobrir os rostos e os cabelos. As faces eram coloridas, tanto para os homens quanto para as mulheres porém apenas estas pintavam os lábios. Algumas mulheres reavivavam com azul uma ou outra veia do colo ou do braço para realçarem sua brancura (LEITE, apud FONSECA, 2007).
Um outro elemento essencial para realçar a brancura: eram as mouches ou “moscas” , feitas de pedacinhos de veludo ou de tafetá, cortados em formato de círculos, e depois colados em lugares estratégicos do rosto (KURY, 2000). “Para revelar seus sentimentos amorosos, os homens costumavam desenhar lágrimas sobre o rosto pálido e desesperado” (LEITE, apud FONSECA, 2007).
A cortesã, Madame de Pompadour (Fig. 3), era exemplo de elegância, durante o século XVIII. Rousso (2000) cita: “Ninguém ousaria aparecer sem pintura na Corte, fazia-se maquiagem mesmo para dormir, e Madame de Pompadour, colocaria ruge nas faces antes de dar seu último suspiro”.


Fig.3: Madame de Pompadour

No século XIX, afirma Kury (2000), a Burguesia buscava uma aparência mais natural e saudável, dando início a uma nova era nas concepções de beleza.
O pó para o rosto era usado em menor quantidade, assim como o ruge e os delineadores. A maquiagem em excesso, encontravam-se somente nos ambientes do teatro, da ópera e nos bordéis.
Durante o Romantismo, mulheres buscavam uma palidez esverdeada, cobriam os rostos com preparados tingidos de açafrão ou de tinta para obterem olheiras azuladas e reflexos cor de ferrugem. Bebiam vinagre, engoliam montes de limão e jejuavam, a fim de expulsar a saúde, em busca da beleza espectral, cedida pela aparência tísica (ROUSSO, 2000).

FONTE: Trabalho de Conclusão: Maquiagem Cênica: A Face da Personagem.
CRISTIANE COLOMBO SEVERO